Resumo
Compreender a patogênese dos transtornos do neurodesenvolvimento tem se mostrado desafiador.
Usando o transtorno do espectro autista (TEA) como um transtorno do neurodesenvolvimento paradigmático,
este artigo revisa a literatura existente sobre os substratos etiológicos do TEA
e explora como abordagens de epidemiologia genética, incluindo interações gene-ambiente (G×E),
podem desempenhar um papel na identificação de fatores associados à etiologia do TEA.
Novas estratégias genéticas e de bioinformática produziram pistas importantes
para os substratos genéticos do TEA. Os próximos passos para a compreensão
da patogênese do TEA exigem um esforço significativo para focar em como os genes
e o ambiente interagem entre si no desenvolvimento típico e suas perturbações.
Juntamente com tamanhos de amostra maiores, os futuros delineamentos de estudo
devem incluir a determinação da amostra que seja epidemiológica e populacional
para capturar todo o espectro do TEA com caracterização fenotípica categórica e dimensional;
medições ambientais com precisão, validade e biomarcadores;
métodos estatísticos para abordar a estratificação populacional,
comparações múltiplas e G×E de variantes raras; modelos animais para testar hipóteses;
e novos métodos para ampliar a capacidade de busca por G×E,
incluindo estudos de associação em todo o genoma e ambiente,
estimativa precisa da herdabilidade usando marcadores genéticos densos
e consideração de G×E tanto como causa quanto como modificador do curso da doença.
Embora o exame de G×E pareça uma tarefa desafiadora, o enorme progresso recente
na descoberta de genes abriu novos horizontes para o avanço da nossa compreensão
do papel de G×E na patogênese do TEA e, em última análise, para a identificação
das causas, tratamentos e até mesmo medidas preventivas para o TEA e
outros transtornos do neurodesenvolvimento.
